sábado, 11 de dezembro de 2010

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS, UMA QUESTÃO DE EDUCAÇÃO

Imagens extraídas do google imagens 

"A violência não é força, mas fraqueza, nem nunca poderá ser criadora de coisa alguma, apenas destruidora." (Benedetto Croce)

09 de dezembro foi enterrado o professor universitário Kássio Vinicius de Castro Gomes, assassinado por um aluno na noite de terça-feira em Minas Gerais, que não gostou de ter sido reprovado, nessa mesma terça o programa profissão repórter exibido pela rede globo, apresentava em diversas cidades, escolas fechadas, professores de licença médica por medo e depressão da agressão dos alunos. Há tempos atrás o país ficava surpreso ao ver a cena de uma mãe incentivando a filha a bater mais na colega com quem brigava, depois um aluno foi esquecido e trancado na sala da aula, o bullying ganhou destaque, aluno que sofre com o professor ou outro colega de classe.
A violência acontece com qualquer um e não escolhe quem será o próximo, ela tem sido o reflexo de como a educação tem sido tratada e falamos aqui da educação quanto à formação do ser, de seu caráter e agente cidadão.
Tudo tem sido conseqüência do cuidado familiar, escolar e social.
Se formos falar historicamente, podemos comparar com o crescimento das cidades, que em resumo pode-se dizer que a cidade cresceu em população, consumo... E a estrutura não acompanhou esse crescimento, assim começam a surgir os problemas, ou seja, passamos pelo sistema feudal, regime militar, socialismo, capitalismo... As coisas mudaram, chegou à camisinha, os pais começam a presentear seus filhos, achando que vai ocupar o lugar do amor, aí os pais são cada vez mais jovens e os limites diminuem na educação que se dá aos filhos. Os professores, antes de se tornarem professores de algum componente curricular não recebe o preparo para atuar em sala de aula e muitos deles apenas tem o domínio do assunto mais não sabe transmitir, em contra partida as escolas acham que se os alunos chegam ao final do ano precisando de nota nove pra passar é porque ele não se esforçou e a culpa é só dos pais e do aluno. Se um pai é chamado porque seu filho está agredindo outro aluno, o pai se revolta diz que isso é coisa de criança, as escolas não tem estrutura, material, professor, horário, mas todos os dias uma nova escola é aberta e "isso é o que importa", é melhor o índice de aprovação melhorar, é filho que responde os pais, é pai que não olha agenda escolar do filho, não existe mais leitura.
Nossa! Poderíamos passar horas listando situações, conseqüências e problemas. E pode existir alguém que diga:
No meu tempo não era assim!
Só bastava meu pai olhar.
Até hoje peço a bênção aos pais, tios e avôs.
Antigamente não existia computador, câmera digital e telefone e ainda assim não troco minha infância por nada.
Pois é nossos caros leitores, não é só protesto, não é só querer que o governo amanhã mude a educação do país, nem fazer como promessa de ano novo, que facilmente no ano seguinte é esquecida.
A fórmula perfeita e a solução todo mundo no sebe íntimo sabe bem o que, sabe bem do que precisamos.
ATITUDE E EDUCAÇÃO?
E você sabe o que é ATITUDE E EDUCAÇÃO?
Comente!

"Violência não se restringe aos atos físicos, ela vai muito alem, a maior violência esta presente na omissão dos mais poderosos quando em defesa dos mais fracos em seus direitos à moradia, liberdade, salários justos, saúde e educação."
(Ivan Teorilang)

Aprofunde o tema lendo o texto a seguir.
 
Adolescentes e violência escolar
(Gerardo Castillo, professor do Departamento de Educação da Universidade de Navarra – fragmentos)
O stresse e a solidão predispõem os adolescentes a comportamentos agressivos nas aulas.
Muitos adolescentes de hoje sofrem tensões e frustrações perante as quais se encontram muito sozinhos e indefesos. É assim que nasce a rebeldia agressiva, própria das pessoas inseguras, a qual, por vezes, desemboca em condutas transgressivas e violentas.
Acontece que a viagem desde a infância até a idade adulta costuma efectuar-se atualmente com menos companhia educativa e com menor equipamento de pautas de conduta do que há alguns anos atrás, o que contribui para aumentar o stress de transição típico desta etapa da vida.
Relação com carências afetivas
Este incremento do stress é consequência de se viver num lar destruído ou de pertencer a uma família em que, de fato, não existe vida familiar. Atualmente, muitos pais proporcionam aos filhos tudo aquilo que eles lhes pedem no campo material, mas não lhes dão tempo sem pressas, critérios morais, apoio emocional ou bons exemplos. Os adolescentes, para construírem a personalidade que está a nascer, têm necessidade de modelos com os quais se identifiquem, mas nem sempre os encontram na família.
Pelo contrário, fora dela encontram uma imensidão de pontos de referência que os desorienta. O modelo de muitos adolescentes é bastante pobre: é o de quem “arruma os livros” de forma prematura para conseguir um contrato milionário como futebolista ou como modelo de passerelle antes dos 25 anos.
Expectativas dos pais
O stress agrava-se com as expectativas pouco realistas de alguns pais instalados na “cultura do êxito”. Querem, a todo o custo, filhos vencedores; exigem-lhes que sejam os melhores da turma, que façam a carreira universitária que eles não puderam fazer ou que está na moda, sem colocarem a questão de se os filhos têm capacidade ou interesse para isso. É freqüente que estes filhos acabem por ficar destruídos por dentro: culpam-se a si mesmos por não terem sabido corresponder ao que se esperava deles.
Uma cena violenta em cada 3 minutos
Os adolescentes dos nossos dias nasceram e cresceram numa sociedade na qual cada vez existe mais tendência para resolver problemas pela via da violência. Nota-se que existe tolerância social para com as condutas violentas: está a criar-se um clima de atração pela violência, através da televisão, do cinema e dos vídeos.
Um estudo recente do Departamento de Criminologia da Universidade de Málaga defende que as cadeias de televisão espanholas emitem uma cena violenta por cada três minutos e 33 segundos.
Chega um momento em que os adolescentes já não distinguem entre a violência real e a fictícia: podem ver os acontecimentos do telejornal como se tratasse de um filme policial ou de aventuras.
Escolaridade obrigatória
Quem não quer, ou não é capaz, de estudar é obrigado a fazê-lo, o que dá lugar a muitos casos de inadaptação nas aulas. Os inadaptados tornam-se violentos, e projetam a sua agressividade para o ambiente da turma.
A aula é o palco ideal (tem cenário e um público assegurado) para que os adolescentes possam representar a agressividade que foi gerada fora dela.
Educação permissiva
Mas há outras frustrações que podem resultar de estar na escola: uma delas é a que experimentam os adolescentes que ao longo da infância receberam em casa uma educação permissiva, sem nenhum tipo de exigência: habituados a fazer aquilo que lhes apetece e a não fazer aquilo que não lhes agrada, ficam irritados por terem de se adaptar a um plano de trabalho e a umas normas mínimas de convívio, boa educação e disciplina.
Veja o texto na íntegra: Disponível em: http://educacao.aaldeia.net/violencia-escolar/

Não deixe de assistir:
SEMENTES DA VIOLÊNCIA – Richard Brooks – EUA, 1955. Richard Dadier, quer ajudar a mudar o seu pequeno canto do mundo. Alguns acham que a sua é uma causa perdida. Dadier é o novo professor da escola secundária North Manual, num bairro degradado da cidade: tensões raciais, violência, gangs e apatia são o pão nosso de cada dia. E os temas deste filme ainda ressoam nos dias de hoje. No papel de Dadier, Glenn Ford não renuncia aos seus ideais e paga um preço alto no seu confronto com adolescentes problemáticos, entre os quais Vic Morrow e, numa interpretação estelar, o incomparável Sydney Poitier. Realizado por Richard Brooks, Sementes de Violência é um filme impetuoso, pertinente e ousado. E abre com Rock Around the Clock, considerado o primeiro tema musical rock'n'roll num filme de grande audiência.

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